Visita ao AMC - Aterro Metropolitano Centro

Stenio Brito e Bernadete Santos

Em visita realizada ao AMC - Aterro Metropolitano Centro, acompanhamos como é feito o processo de tratamento dos resíduos (lixo) recolhidos das Cidades do Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho. O aterro é administrado pela concessionária BATTRE - Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos LTDA- responsável pelos serviços de operação e manutenção da Estação de Transbordo (local onde é feita concentração do lixo a serem transportados para o aterro) que atende a cidade de Salvador e pela implantação, operação e manutenção do AMC - Aterro Metropolitano Centro.

Criada em Janeiro de 2000, com Sede em Salvador – Bahia, a BATTRE atua no Transporte, Tratamento e Destino Final de Lixo; formada por uma equipe de mais de 141 colaboradores, faz uso da tecnologia de impermeabilização do solo, preparando-o para o recebimento dos resíduos sólidos que irá passar por um tratamento para retirada do chorume e do gás metano.

O processo de impermeabilização acontece da seguinte maneira:

Primeiro é colocado um metro de argila, em seguida uma manta de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) e por último, o Geotextil não tecido, que devido a sua alta permeabilidade não permite a passagem de fluidos através de sua estrutura retendo as partículas. Em seguida o local já está pronto para receber os resíduos sólidos.

Todo esse processo se faz necessário para evitar que o solo e os lençóis freáticos sejam contaminados pelo chorume, substância líquida resultante do processo de apodrecimento de matérias orgânicas depositadas no aterro.

Paulo Lago e Stenio Britto

O chorume é retirado do aterro através de dreno e encaminhado para as bacias, onde fica por um tempo determinado em tratamento e em seguida é transferido em caminhões tanque para concluir o tratamento devido na Cetrel e logo depois, através do  emissário submarino é descartado  no mar. 

É preciso ressaltar que uma área aproximadamente equivalente à 2,13Km² precisou ser desmatada para a construção da AMC. Na busca de amenizar esse efeito a Termoverde, primeira termelétrica a biogás de aterro sanitário do Nordeste, utiliza mecanismo para capturar o gás metano originado no processo de tratamento dos resíduos depositados no aterro e transformá-lo em energia limpa sustentável, produzindo anualmente 150 mil MWh ao ano, o suficiente para abastecer uma cidade com 50 mil habitantes.

O processo operacional que monitora gás, água da superfície e lençol freático é realizado na área interna do aterro. São 14 poços tubulares para monitorar os lençóis freáticos, 08 pontos de amostragem de águas superficiais. Já o gás é monitorado através de analisadores TRI GÁS – GEM 500/2000.

Na área externa do aterro em um raio de 4 km, são  07 pontos em poços rasos e cisterna de abastecimento para analisar os lençóis freáticos e 03 pontos de amostragem na bacia do rio Utinga  de  Fora à  jusante do aterro.

Segundo dados da LIMPURB cerce de 4.500 toneladas de resíduos sólidos (lixo) são recolhidos diariamente, desse total aproximadamente 1% é reciclado.

A sociedade precisa repensar seus valores, pois essa imensa área desmatada poderá daqui a mais alguns anos necessitar de ampliação, aumentando o índice de desmatamento. É preciso adotar a prática de separar o lixo seco (papel, plástico, lata...) do lixo úmido. Dessa forma só será depositado no aterro o que realmente não teve condição de ser reciclado, elevando assim a sua vida útil.

Faça a diferença,  separe o lixo seco para reciclagem. (consulte nossa página de serviços).

Além do tratamento dos resíduos a  BATTRE possui um trabalho social na comunidade instalada ao entorno do aterro, com a formação de mão de obra, alfabetização de adultos e Inclusão Digital.